segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Myanmar


É interessante, embora nada surpreendente, ver os nossos revolucionários encartados, talvez com excepção do Daniel Oliveira, caladinhos que nem ratos em relação ao clima de repressão que se vive na Birmânia. Mais preocupante ainda é a indiferença manifestada pelos partidos do arco democrático. É que, segundo os analistas, a situação tenderá a piorar, pois a Junta Militar não irá fazer concessões e a onda de protestos tende a alastrar. Ora, pelos vistos não está em causa a instauração de um salvífico e redentor regime socialista, encabeçado pelas vanguardas operários e, ainda mais à frente, por um querido líder asiático tão do gosto dos nossos comunistas, em especial de Bernardino Soares. Trata-se, ao invés, de uma luta onde estão em causa reformas políticas de cariz democrático e o respeito pelos direitos fundamentais. E, ainda por cima, na linha da frente estão uns monges budistas vestidos com túnicas cor de açafrão e Aung San Suu Kyi, militante pacifista, galardoada com o Nobel da Paz. Nada que entusiasme, por um lado, a esquerda folclorico-fracturante, sempre pronta a apoiar qualquer "movimento social", dos eufémicos às paradas gay, desde que os droits de jouissance se enquadrem na respectiva agenda política. Por outro, as forças políticas "da governação" têm mais que fazer. Até porque do lado de lá da fronteira, está o poderoso vizinho chinês, que foge da menção à palavra democracia como gato de água fria. E aí, meus amigos, manda a realpolitik no seu esplendor.

1. Existe uma petição online de repúdio ao regime birmanês.
2. Está em curso uma acção de protesto, na blogosfera, marcada para 4 de Outubro. Aceder aqui
3. Portal Free Burma , com links para páginas que reúnem informações em vários ponto do mundo.

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