sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
La quête
Porter le chagrin des départs
Bruler d'une possible fièvre
Partir où personne ne part
Aimer jusqu'a la dechirure
Aimer, même trop, même mal,
Tenter, sans force et sans armure,
D'atteindre l'inaccessible etoile
Telle est ma quête,
Suivre l'etoile
Peu m'importent mes chances
Peu m'importe le temps
Ou ma desesprance
Et puis lutter toujours
Sans questions ni repos
Se damner
Pour l'or d'un mot d'amour
Je ne sais si je serai ce heros
Mais mon coeur serait tranquille
Et les villes s'eclabousseraient de bleu
Parce qu'un malheureux
Brule encore, bien qu'ayant tout bruler
Brule encore, même trop, même mal
Pour atteindre s'en ecarteler
Pour atteindre l'inaccessible etoile.
O Público dos Blogues
Perdições
Mais informação disponível na página do grupo do last.fm.
A Nostalgia da Liberdade
Não contem anedotas, não consumam colesterol, não riam. Deixará de haver uma lei da República que vos garanta a liberdade de fazer; haverá, antes, uma lei que vos restringirá a liberdade de ser o que quiserdes ser. Em nome do Estado, do bem comum, das crenças absolutas dos outros - sempre com a bênção dos que sabem, por nós, o que é melhor para nós. Sim, estamos em guerra pela nossa liberdade.
O texto integral pode ser lido aqui.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
A areia escorre-me
Cada grão de areia está habitado pelo espírito do deserto. Cada poro da minha pele bebe a fria luminosidade das estrelas e o arrepio da noite.
Entre o corpo que se degrada e a morte- a grande morte, a última- deve haver, ou começar, outra coisa. Um lugar qualquer onde possa viver e morrer sem dor. Um lugar feliz.
Pensava eu que a felicidade deveria estar escondida naqueles momentos de perturbação em que me descobria no teu olhar. Enganei-me, passei a vida a enganar-me.
É tarde. Apago-me, vagarosamente.
Deus talvez esteja no fundo do mar, na claridade das águas.
Dentro de mim sinto a melancolia da areia lavada pelo seu movimento invisível, eterno.
Acerca do pudor
Boca Dada
Como sempre, para além dos critérios de qualidade, procurámos anjos sem mestre, portadores de mensagens cujo conteúdo já não possuímos. Algo como um fora sem dentro, uma pura exterioridade animada, uma espécie de réplica ao imediato mágico, o qual corresponderia a um dentro sem fora. O trabalho é o ritmo do punho. Para aqueles que passam o tempo a reavivar a sensação de medo para depois – invocando a segurança – a explorarem. Eis enfim o absolutismo da magia. Abrir estas veredas. Criar este espaço, entre as dobras do tempo… Apetecia-me desaparecer sem deixar rasto, deixando uma tabuleta Volto Já para enganar os tolos e os repórteres, a mãe do capuchinho vermelho, os três porquinhos da estória, o presidente de câmara. A coisa estava para quem tivesse sangue frio. Imagens soltas sucediam-se no cérebro, a uma velocidade vertiginosa. Há sempre que contar com a música do acaso, ou melhor, com a cacofonia ensurdecedora do desconhecido. Esta fronte, baixa e apoquentada, agitando pensamentos sombrios… Gatafunhos inacabados, suspensos na própria vida que teoricamente tende para o infinito. Não preciso saber tudo. Apenas o que o frio permite, e é já tanto. Pois, pois Pois, pois O caso é que ninguém sabe. E quando isso acontece já não é pouco. Esperar, permanecer, prolongar, interromper, preparar-se para qualquer coisa, não querer fazer, aborrecer-se com o que se está a fazer. Missa, baile, aula, praia, etc… Maiakovsky disse um dia que há uma zona do espírito humano que não pode ser atingida senão pela poesia, e somente pela poesia que está acordada, que muda. Ora aí está uma coisa que não se pode saber, mas que se pode ver e ouvir. In the background, the music of the people. What beauty! A prostituição é uma das profissões fundamentais, talvez aquela que resume todas as outras. Tormento e beleza. A esperança começava a ser um bem escasso, intermitente. Um adiamento de si própria. Qualquer coisa que nunca poderemos compreender. Assim vai o mundo, os países que para sempre perderam o norte, já sua voz antiga não os ilumina, venenoso vestígio. Todo o arquivo é misterioso, mas nenhum mistério pode ser arquivado. Haverá então que posicionar-se de outro modo. Aonde vais agora? De onde pensavas que vinhas? Ciclica cicatriz manuscrita no corpo. O que é que pedimos aos filmes? Pois, pois. E estivemos a ver o que se passa no filme ou a pensar na nossa avó, quer dizer, a trabalhar o tempo da vida que dizemos ser a nossa? Não sabes aonde ir, já não sabes. E na estação, à chegada, já não há ninguém à tua espera. A indiferença dos deuses é eterna. Não há lugar nem para a história nem para o progresso. O prazo para cruzamentos está esgotado. O puzzle nunca chega a completar-se, por muito que o observemos. E outras coisas mais perigosas existem para além desta escrita ou da sua sombra. Primeiramente, julga-se possuir as suficientes chaves que permitem o acesso ao interior do problema; num segundo momento intui-se que as portas se comunicam umas com as outras, formando um labirinto. Por fim, percebe-se a força do problema sobre a força da sua resolução. Palavra de águia. Finjo uma hipótese entre o não e o sim? A liberdade que a razão desconhece oferece-se a nós ao virar de cada esquina. Era o início da grande viagem, embora a educação deprima as pessoas. Silêncio enfim, absoluto.
O sotão - 1
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
sábado, 23 de dezembro de 2006
O falso regresso de Ulisses
Entre a prova da magnífica cozinha goesa, numa tasca em Santos - a sarapatela estava um espanto - e a degustação de um cachimbo de água com sabor a rosas, num Bar de Alfama, já nem me lembro da pantagruélica árvore de Natal, "plantada" no Terreiro do Paço. Apesar de tudo, prefiro a luz a escoar-se pelos telhados...
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Cyberpostal
* Aquilo Teatro, Aqui vos encho de flops, Bar Velho, Blogue do TMG, Blue Everest, Bomba Inteligente, Café Mondego, Câmara Corporativa, Cantinho dos Pchardecos, Corta-Fitas, Do Portugal Profundo, Duas Cidades, Ecoponto do Stress, Lóbi do Chá, Meia Noite Todo o Dia, ObsBlogJur, Pechisbeque, Pernascochas, Porosidade Etérea, Pulga, Relações Sombrias, Revista Atlântico, Rua da Judiaria, Sesimbra e Ventos, Tomar Partido, Too Much Cafeína, Urso Maior, Welcome to Elsinore.
Abaixo-assinado para a suspensão da TLEBS
O movimento de contestação, para além da agitação na blogosfera e nas colunas de opinião dos jornais, traduziu-se em vários abaixo-assinados. Um deles está disponível neste endereço, e que deverá ser enviado por correio electrónico para tlebs.300@gmail.com. Um outro, alojado no ipetition, pode ser acedido aqui. Nele estão contidas, de forma clara, as razão para a rejeição da medida. Espalhem a notícia.
Dizer, fazer
Entre o que vejo e digo,
Entre o que digo e calo,
Entre o que calo e sonho,
Entre o que sonho e esqueço
A poesia.
Desliza entre o sim e o não:
diz
o que calo,
cala
o que digo,
sonha
o que esqueço.
Não é um dizer:
é um fazer.
É um fazer
que é um dizer.
A poesia
diz-se e ouve-se:
é real.
E quando digo
real,
dissipa-se.
Assim é mais real?
Ideia palpável,
palavra
intocável:
a poesia
vai e vem
entre o que é
e o que não é.
Tece reflexos
e desfia-os.
A poesia
semeia olhos nas páginas
semeia palavras nos olhos.
Os olhos falam,
as palavras vêem,
os olhares pensam.
Ouvir
os pensamentos,
ver
o que dizemos
tocar
o corpo
da ideia.
Fecham-se
os olhos
abrem-se as palavras.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Portugal à sombra
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
A voz que queima
domingo, 17 de dezembro de 2006
Perdições-3
A obra-prima deste realizador é uma alegoria demolidora da Comissão das Actividades Anti-Americanas e do clima de suspeição e denúncia que se instalou em Hollywood neste período. Ver aqui porquê. Em Portugal, desconheço se existe edição em DVD, pois tive a sorte de encontrar um exemplar em Fuentes, numa das costumeiras incursões à fronteira. Ver Joan Crawford (Vienna, dona de um casino) vale bem qualquer esforço. Existe uma versão magnífica do tema musical que dá nome ao filme - Johnny - interpretada por Marlene Dietrich. Poderão escutá-la no last fm.
Curtas
Sem título
A propósito, quando estudava da Faculdade de Direito de Lisboa, recordo-me de um episódio assaz impressionante. Inscrevi-me para frequentar um workshop de expressão corporal, promovido pelo Grupo Cénico, de que na altura fazia parte. Reparei logo na pronúncia do orientador e, sobretudo, na sua enorme capacidade de comunicação, na vastidão do seu conhecimento. Vim a saber, por terceiros, que era o antigo director de um departamento da Universidade de Santiago do Chile. Exilado em Portugal por motivos políticos e cujos únicos rendimentos provinham de acções de formação como esta na área do teatro. Em momento algum alguém o ouviu referir o que quer que fosse acerca da situação no seu país. Passados alguns anos, em 199o, encontrei-o no Estádio, no Bairro Alto. Apresentei-me, lembrando-lhe o teatro. Convidou-me a beber uma cerveja. Disse-me então que tencionava regressar ao Chile, pois a situação política tinha mudado e foi convidado a reassumir as suas funções. Mas que tinha um medo enorme do que iria encontrar. Melhor, do que talvez não encontrasse: amigos, familiares, ex-alunos. Era um homem cruelmente dividido. A sua imensa generosidade, o seu entusiasmo, a sua determinação, tinham agora um preço. Estaria ele disposto a pagá-lo? Pessoalmente, continuo a acreditar que, na semana seguinte, desembarcou no aeroporto de Santiago. Sem chuva.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Os amigos de Alex
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Crimes exemplares - 13
Ver anterior
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Da castanha, da alquimia da tradição e outros folguedos
Permanece todavia uma questão com a qual me tenho debatido de há uns tempos para cá: qual a melhor estratégia, em termos criativos, para a tradição popular nas zonas rurais? Que alternativas para a dignificação de uma cultura popular enquanto meio identitário por excelência? Ora, sabe-se que, no nosso país, o mundo rural foi praticamente desmantelado a partir da década de sessenta. O processo, embora desigual e não linear, dá-se vinte anos depois por praticamente concluído. Por isso mesmo, o tema adquire particular importância. Porque as respostas poderão ser várias e nenhuma delas é inocente:
- A restauração etnográfica pura e simples de uma realidade cultural engolida pela História. Embora útil, se rigorosa, deverá ser encarada como um meio e não um fim em si. E além disso complementar de medidas de ordem ambiental. É que a motivação para a recriação de um tipicismo inócuo é quase sempre suspeita. Porque aquilo que realmente se pretende é reconstituir um modelo ideal, um arquétipo do qual as contradições e as injustiças são convenientemente expurgadas.
- Por outro lado, aparece a reconstituição diferida, museológica. Aqui, a identidade cultural procura-se por via da catalogação, do registo, do estudo. Já não se procura uma identidade à custa de um passado salvífico, mas o recurso a ele com fins pedagógicos.
- Mas há ainda uma outra via, esta sem dúvida a mais ousada e exigente: a recriação da tradição. Pode combinar as duas anteriores, mas em vez de um restauro, encara as tradições do mundo rural como ponto de apoio, como inspiração para uma nova linguagem, um novo fôlego criativo. Neste ponto, poder-se-ia afirmar que a tradição já não seria o que era, mas outra coisa que talvez nunca foi. Com o benefício da dúvida, é claro.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Vá, meninos, ou se portam bem ou chamo a TLEBS
domingo, 10 de dezembro de 2006
Borat veio à Serra
Desde logo, ressalta o aparato algo excessivo dos veículos "todo o terreno", equipados como se participassem numa expedição ao Ártico. O mesmo se diga do vestuário. Excessivo para o verdadeiro rigor do clima. Que justifica um agasalho suplementar, é claro, mas não uma autêntica mostra das últimas novidades das lojas da especialidade. É como se o desconforto que se adivinha no rosto dos forasteiros exigisse uma diferenciação "normalizada", defensiva. Aquela de quem está perto dos centros de decisão e consumo, face ao exotismo inóspito de um lugar que se calcorreia, mas não se escuta. Como um descargo de consciência sazonal, dos ricos em relação aos pobres, da agitação em relação ao silêncio, tanto mais episódico quanto mais se pressente que a matéria esmaga e é infinitamente exigente de tempo e de mistério. No fundo, vêm reivindicar uma imagem que já lhes foi vendida. E por nada deste mundo abdicariam dela. "A percepção é a realidade", dizem os gurus do marketing. Nem mais.
sábado, 9 de dezembro de 2006
Curtas
A luz surge onde nenhum sol brilha…
A luz surge em lugares secretos,
Nos limites do pensamento, onde o seu aroma surge sob a chuva;
Quando a lógica morre,
O segredo da terra cresce através dos olhos,
E o sangue jorra do sol;
Sobre os campos destruídos, a madrugada detém-se.
Mais um favorito, a partir de agora, no Boca de Incêndio. O gosto será nosso.
sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
Diálogos no Olimpo -3
Ver anterior
Revista
Edição dupla (nº 4 e 5), Dezembro de 2006
No dia 27 deste mês, pelas 18h00, será apresentado mais um número da revista Boca de Incêndio. A sessão terá lugar no Café Concerto do TMG, a cargo de Pedro Dias de Almeida, natural da Guarda, editor de cultura da revista "Visão" e colaborador da revista.
Nesta edição, a componente visual será bastante vincada, pois os trabalhos gráficos recebidos suplantaram as colaborações em forma de texto. O que veio a conferir a este número uma originalidade que, embora prevista, ultrapassou as expectativas dos editores.
Como sempre, para além dos critérios de qualidade, procurou-se assegurar a continuidade e a diversidade. A primeira, mantendo colaborações de autores reincidentes. A segunda, juntando novos contributos.
A distribuição irá ser alargada a locais específicos no estrangeiro – Universidades com departamentos de Estudos Portugueses, Associações Culturais, entre outros – para além de uma criteriosa cobertura nacional.
Edição: Aquilo Teatro
Direcção: Américo Rodrigues, António Godinho, Maria Lino
Concepção gráfica e paginação: Alexandre Gamelas
Colaborações (neste número): António Bento, António Godinho, Barbara Spielmann, Barbara Assis Pacheco, Claire Moreau, Edmundo Cordeiro, Carlos Alberto Machado, Doris Cordes-Vollert, E. M. de Melo e Castro, Joan Lazeanu, João Camilo, José Oliveira, Jorge dos Reis, José Manuel Gomes Pinto, Kerstin Franke-Gneuss, Susann Becker, Tiago Rodrigues e Vítor Pomar.
pedidos para:
aquilo.teatro@sapo.pt bocadeincendio@gmail.com
ou Livraria Leitura
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Curtas
O caso em concreto envolvia uma firma de manutenção de páginas Web que recebeu e publicou um e-mail criticando um determinado médico.
Uma boa notícia, sem dúvida.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Perdições - 2
Discografia:
Love's a Lonely Place to Be EP (UK Why Fi) 1982
From Gardens Where We Feel Secure (UK Happy Valley/Rough Trade) 1983
Promise Nothing (Bel. les disques du Crépuscle) 1983
Hope in a Darkened Heart (Geffen) 1986
Had I the Heavens
All Shall Be Well
Website
Página no Last.fm
sábado, 2 de dezembro de 2006
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
Diário de um tolo - 13
Ver anterior
Cesariny - 3
Cesariny - 2
das grandes primeiro que das pequenas
das tuas antes que de qualquer outras
abre uma cova e enterra-as
a teu lado
primeiro as que te impuseram eras ainda imbele
e não possuías mácula senão a de um nome estranho
depois as que crescendo penosamente vestiste
a verdade do pão a verdade das lágrimas
pois não és flor nem luto nem acalanto nem estrela
depois as que ganhaste com o teu sémen
onde a manhã ergue um espelho vazio
e uma criança chora entre nuvens e abismos
depois as que hão-de pôr em cima do teu retrato
quando lhes forneceres a grande recordação
que todos esperam tanto porque a esperam de ti
Nada depois, só tu e o teu silêncio
e veias de coral rasgando-nos os pulsos
Então, meu senhor, poderemos passar
pela planície nua
o teu corpo com nuvens pelos ombros
as minhas mãos cheias de barcas brancas
Aí não haverá demora nem abrigo nem chegada
mas um quadrado de fogo sobre as nossas cabeças
e uma estrada de pedra até ao fim das luzes
e um silêncio de morte à nossa passagem.
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Monólogo do Anjo
Às vezes tenho tonturas. Quando olho para baixo, vejo sempre planícies muito brancas, intermináveis, povoadas por uma enorme quantidade de sombras. Sentado numa nuvem, na lua, ou em qualquer precipício, eu sei que as minhas asas voam para vós e as tonturas que a planície me dá são feitas por mim, de propósito, para irritar aqueles que não sabem subir e descer as montanhas geladas. Mas não quero que me ofereçam sombras. Não quero que me contem as vossas aventuras. Não quero que me escondam a vossa monstruosa inocência. Pois se fordes tocados por toda a beleza do mundo, conhecereis então a imensa crueldade que ele encerra.
Sou um desconhecido movendo-se constantemente no deserto, onde cada pegada deixa bem marcada na areia a imagem dessa outra existência em que a morte e a memória já nada significam. Mas as asas, as asas que sinto bem presas, seguras, essas, ficai a saber, podem ainda esmagar com cuidado, com extremo cuidado, dilacerar suavemente, pois nos olhos está o amor, o misterioso voo das aves que partem para o desconhecido.
Eu sei que para todos vós há um lugar por descobrir, um lugar tenebroso e cantante. Simples como é a claridade, torna-se a coisa mais difícil de encontrar. Talvez porque a distância que nos separa, longa, muito longa, seja a torre de chumbo do vosso próprio isolamento, talvez porque sentir o aparecimento da madrugada seja a origem da música onde a palavra se apaga. Criem-na. Sem medo. E agora, outros mais longe me chamam. Adeus, meus amigos. Estarei sempre, sempre convosco.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Diálogos no Olimpo -2
B: assim ninguém chateia. podes desligar o canal…alô! A:-))) já desliguei! B: o tal canal? A: sim, esse. E então aí pela lancia oppidana? B: nem imaginas o perfume q por aqui vai...A: alguma nova ETAR? B: não, o perfume é outro: umas trocazinhas de favores entre as famílias do costume e amigalhaços…A: mas isso não acontece em todo o lado? B: aqui é + à descarada. perante o fenómeno os antropólogos dividir-se-iam entre considerá-lo um potlach invertido, em q todos põem mas só alguns tiram para si e para oferecer aos afilhados, ou uma variante mansa e benigna de compadrio à siciliana, naturalmente sem ofertas q ñ se podem recusar e senza il capo di tutti capo, enfim, uma coisa mole, discreta, acolitada por serranas pancadinhas nas costas, lol…A: mas é assim tão mau? B: impede que a região se desenvolva, sendo q o mérito e a excelência fogem daqui como o diabo da cruz…A: ñ estás a exagerar? B: antes fosse…A: o livro k vais escrever fala de k? B: já lá vamos...mas antes, o q causou o teu momento de felicidade? pode-se saber? A: ñ sei…B: talvez o vento...lolol…A: não havia vento…aliás havia pq eu estava a dançar, mas era só esse…B: então talvez as notícias de um país distante e q teimas em ignorar...A: por momentos deixei de ignorar talvez tenha sido por isso…mas foi mt bom! B: exactamente. eram os teus a chamar-te. os hobbits...ñ é que esteja a chamar-te baixinha...lol. A: pois. :)). k são hobbits?? B: ñ viste o senhor dos anéis? A: vi, mas ñ tou a ver os hobbits…B: eram aqueles habitantes da aldeia de onde saiu o herói: pequeninos, rechonchudos e sempre felizes...A: ahh, tipo duendes! adoro duendes…B: já falaste com algum? A: adorava! dizem k ainda existem e q era parecida com um. k achas? B: pela foto q mandaste, tens bastantes semelhanças...A: J)), tb acho. B: só q não andas aos saltinhos, excepto em ocasiões especiais, lol…A: só qd ponho tacões altos…B: já sei o q foi. é o Outono que está a chegar...A: ñ gosto do Outono, costumo ficar deprimida. B: errado. a época das depressões é a primavera...aquele verde, aquela positividade obrigatória, é como ter de recitar o hino na escola primária...A: isso é paranóia. B: ñ, é só nóia, lol. já topaste a quantidade de cores q agora há? A: por aki nota-se pouco, mas vai dos vermelhos aos castanhos, a variedade é pouca. B: aqui nota: as uvas a serem recolhidas, as folhas a descreverem o último voo antes de encontrarem o chão, os soitos a abarrotar de castanhas, um cheiro novo q paira...A: pois e as pessoas a recolherem toda a lenha k podem para depois se fecharem em casa. é triste. B: como a cigarra...A: pois, estás a ver!!! depois vem a tempestade e lá vai a cigarra e a formiga na maior. B: achas isso triste? É só mais uma página se quer virar! o Outono é esperança pura...A: o Outono é esperar pelo Inverno. :-) hoje estou no contra. B: ñ! é esperar simplesmente. A: escolhi uma boa ocasião para ter um ataque de felicidade, amanhã gostava de me sentir assim outra vez. B: como vês é fácil. e não há contra-indicações...A: a sério q sentiste o mesmo ontem? B: sim, pq vejo uma série de projectos a concretizar-se, mas só os meus olhos os vêem...A: ainda ñ posso dizer o mesmo mas vou no bom caminho. B: sim, a passo de caracol e a assobiar para o ar, mas tenho a certeza que vais...:)) A: as cigarras são assim…B: há um haikai japonês q diz: "Silêncio: as cigarras escutam o canto das rochas". então já vais? A: vou tomar banho. adorei este bocadinho aki ctg. B: eu tb. então esfrega bem as costas...lol…
Ver anteriorsegunda-feira, 27 de novembro de 2006
The day after
- desde logo, o próprio processo de produção. Esta é uma obra colectiva por excelência, com cerca de 250 pessoas envolvidas, a grande maioria pertencente a colectividades locais. Mas nem por isso as dificuldades inerentes à reunião, num projecto artístico, de tanta gente, se pareceram sentir. É simplesmente espantoso observar o resultado produzido com os mais diversos contributos artísticos, técnicos e logísticos, como se de uma só voz se tratasse. Grande parte do mérito, há que reconhecê-lo, vai para a direcção artística do projecto. Mas nada disto seria possível sem um prévio e demorado trabalho de apoio e consolidação das colectividades envolvidas.
- esta peça pode muito bem marcar uma nova etapa na consciência cívica da Guarda. Não é impunemente que se congregam vários grupos de teatro, ranchos, filarmónicas, coros, fanfarras, actores, etc., ao serviço de uma proposta teatral única, talvez a nível nacional. Como se a generosidade e o talento de tanta gente tivessem brilhado com uma magnitude imprevista. Mas sinaliza sobretudo a afirmação da cultura como agente primeiro de qualificação e desenvolvimento. Aqui como em qualquer outro local. Talvez aqueles que negavam esta evidência reconsiderem as suas posições. Há batalhas que se vencem aos pontos. Até todos perceberem que ninguém perde.
- o meu contributo, para além da co-autoria do guião, passou também pela representação: o poeta que inaugura a luz. Foi, sem dúvida, das experiências mais gratificantes em que tomei parte neste cidade.
O regresso de Tom Waits
Esta edição limitada, assinada e produzida por Waits e sua mulher, Kathleen Brennan, contém 30 novas gravações, nunca antes escutadas , e ainda temas raros retirados de colaborações com vários artistas em filmes, livros e música — completado com um booklet de 94 páginas manuscritas com as letras e fotos nunca vistas.
Cada um dos CD’s está arranjado separadamente, com os títulos referidos, de modo a assegurar uma perspectiva tão completa quanto possível da variedade de estilos musicais experimentados por Tom Waits.
Brawlers é apresentado como o roadhouse Waits... Que explode, assobia e grita. São os primitivos e surreais blues, convocados os Stones, Beefheart, Muddy Waters e T-Rex.
Bawlers – Baladas intimistas sobre a tristeza no final da estrada são emolduradas por delicadas canções sobre a inocência e uma esperança jovial.
Bastards – explora o lado estranho e pouco comum de Waits. Encontramos aqui os seus temas mais experimentais e estórias bizarras. Há diversões inclassificáveis neste lado sombrio. Que atravessa e cidade com longos discursos, spoken words, ritmos vocalizados, um cover dos Ramones e uma versão de Daniel Johnston, “King Kong,” uma perturbante história de embalar e um poema de Charles Bukowski.
Imprescindível.
domingo, 26 de novembro de 2006
sábado, 25 de novembro de 2006
Crimes exemplares - 12
Ver anterior