Tipo: P.R.1
Extensão: - 11 Km
Partida e Chegada: Folgosinho, Gouveia
Grau de dificuldade: Moderado
Partida e Chegada: Folgosinho, Gouveia
Grau de dificuldade: Moderado
Desnível: 450 m
Duração apróx.: 3,5 H
A Rota dos Galhardos (vd. Mapa do percurso) é um trilho com tudo o que é preciso para uma manhã ou uma tarde bem preenchida. Paisagens deslumbrantes, património histórico (calçadas romanas, necrotério de Pias, moinhos da Fórnea), bosques misteriosos, exóticas figuras de pedra esculpidas pelos elementos (Pedra do Faraó, Pedra Furada, etc.) ribeiros sussurrantes, fontes retemperadoras. E no final, ainda haverá tempo para um mergulho num poço da Ribeira do Freixo, de águas cristalinas.
O trilho é feito, durante uma parte significativa, pela calçada romana dos galhardos, (classificada como IIP desde 1992), que inicia no termo da aldeia e termina na Portela de Folgosinho, em plena Serra da Estrela. O troço fazia parte do itinerário que ia de Braga (Bracara) a Mérida (Emerita), passando por Freixo, Marco de Canavezes (Tongobriga) e Idanha-a-Velha (Igaeditania). Neste ponto, ligava Viseu a Famalicão da Serra. Depois de passar por Melo e Freixo da Serra, cruzava Folgosinho, antes de ganhar fôlego e atravessar a Serra. Depois da Portela, seguia para Cantarinhos, Casa das Pias, Reigoso, atravessando o Mondego na Qta. da Taberna e daí pela Tapada/Quinta da Eira, onde existe novamente calçada, Quinta. do Cadouço, até atingir Famalicão. Pontuam várias casas-abrigo ao longo do percurso, a maioria em ruínas, o que é pena. Vencida a Portela, segue-se o entroncamento de ligações para o Covão da Ponte, Curral do Negro, Vale do Rossim e Videmonte, para onde segue o trilho, por estrada de terra, durante uns 5 Km. Junto ao marco geodésico dos Galhardos (1323 m) avista-se o magnífico planalto de Videmonte, com seus vastos campos de centeio, lameiras e terras lavradas de pousio, as torres eólicas de Salgueirais, a Penha de Prados, a Guarda, imponente, no cimo do seu horst. Do lado oposto, o Vale do Zêzere, a encosta sul do Vale Glaciário e os cumes da maciço central. Para poente, a Portela e o alto da Santinha. Este troço percorre uma das áreas menos conhecidas da Serra. Depois de cortar pela esquerda e passar pela Pedra Furada - curiosa formação que faz lembrar um animal mitológico que nos observa à passagem da fraga - o percurso descendente continua por via romana até à ponte que atravessa o Ribeiro do Freixo, passando por Pias e a pedra do Faraó. É chamada "Calçada dos Cantarinhos", mas pouco se sabe acerca do seu traçado e função. Várias possibilidades se colocam: a) Folgosinho foi um cruzamento de vias romanas (a já referida e uma outra, que ligava Marialva (Aravorum) a Bobadela, Ol. do Hospital (Veladis), pela vertente oeste do PNSE) e desde sempre ponto obrigatório de penetração na Serra. Ora, sabe-se da existência, já naquela época, de exploração de estanho nas Minas dos Azibrais, ali perto. É então possível que tenha servido como via de acesso à mina (algo que os romanos nunca descuravam) e assim se tenha mantido durante longo período; b) A sua (re)construção pode ser medieval e tenha sido utilizada como ligação, pela Serra, entre Folgosinho a Linhares; c) É possível que tenha funcionado como nó de ligação entre Folgosinho e a via que partia de Lamego até Famalicão, pelo Mondego, na qual entroncaria perto da aldeia dos Trinta.
Segue-se o registo fotográfico do percurso, que em boa hora calcorreei esta semana. Para ampliar, basta clicar na imagem.
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