Hoje de manhã, mal entrei no Tribunal de Viseu, com a pressa habitual, percebi que alguém me chamava. Mais um problema de configuração da assinatura digital para resolver, ou coisa parecida, pensei imediatamente. Mas não, não era. Mal olhei para trás, percebi quem me tinha interpelado. Tratava-se da A., uma colega dos tempos da Tertúlia Académica, na FDL, em cujos primórdios participou activamente. O encontro foi breve. Mas enquanto durou percebi que algumas das palavras-chave que na altura tomámos como nossas não foram em vão. No final, cada um foi à sua vida. Eu para a sala de informática. Ela como testemunha num caso de contrafacção. Por momentos, percebi que somos a soma dos sonhos irrealizados e dos que singraram. Numa proporção assustadoramente desigual, mas mesmo assim compensadora. A Tertúlia pertence, claro está, aos últimos. E, partindo da insurreição, chamemos-lhe distópica, que permaneceu a sua marca genética, nenhum dos que lá nasceram faltou a este encontro.
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