As grandes questões nacionais - o défice público e o desemprego - deixaram de repente de o ser. Segundo os zelotas da boa consciência esquerdista descendentes do séc. XIX, o grande problema do país passou a ser... a ausência de Cavaco Silva na cerimónia fúnebre de Saramago. Os representantes do bom povo de esquerda, desde Barroso a Alegre, passando por aquele deputado gordo do BE pelo Porto cujo nome me escapa, já vieram excomungar o Presidente, munidos da respectiva Bula. Ao festim das virgens ofendidas juntaram-se uns patuscos exilados, com pronúncia esquisita e sabor sul-americano, que ouvi ontem na Antena 1. Onde pontificam num programa de opinião e tresandam a reaccionarismo dito revolucionário, imagem de marca dos anciãos compagnons de route. Desta forma agradecendo a hospitalidade de um país que os recebeu insultando os seus órgãos de soberania. Pois bem, Cavaco não foi e fez bem. Enviou o Chefe da Casa Civil em seu lugar e uma mensagem para ser lida na cerimónia. Que mais poderia fazer? Ir e ser chamado de hipócrita? Não era um funeral de Estado, pois não? Mas cedo os cry babies do costume conseguiram transformá-lo numa manifestação velada e numa prova de força destinada a criar um facto político inócuo. Que nada honra a memória do próprio Saramago. Acontece que é de fait divers destes que andamos precisamente mais necessitados... Sabem que mais? Quanto mais olho para esta merda mais saudades tenho do Luiz Pacheco...
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