A falência da Lehman Brothers e suas repercussões no crédito imobiliário e nas bolsas tem trazido à costa as habituais carpideiras do "fim do neoliberalismo" e da crise do capitalismo. São os eternos representantes da esquerda que nada quer aprender com a história nem com os monstros que gerou. É por isso estimulante ler o artigo de opinião de Pacheco Pereira no "Público" de sábado. Trata-se de um monumento à lucidez, justamente intitulado "O ataque ao 'neoliberalismo' e o 'bacalhau a pataco" e do qual transcrevo um excerto:
"Naturalmente, como muita gente acha, os "mercados" são maus e injustos, esquecendo-se de que são os mercados que estão a acabar com o Lehman Brothers e bem, (...) que a destruição provocada pelas crises é um mecanismo fundamental de crescimento e de inovação, da pujança do modelo económico do capitalismo. A "crise não é o sinal da crise do liberalismo, mas sim do seu normal funcionamento, em sociedades e economias que incorporam o risco e os custos como parte do seu funcionamento normal. (...) É nestas alturas de "crise do liberalismo" que eu me sinto mais liberal, que eu tenho mais aguda percepção de como na crítica socialista à "economia do casino" vai um preocupante pacote de restrição de liberdade para as pessoas e para as empresas, de fechamento do mundo, de paroquialismo e intervencionismo e, a prazo, muito maior mediocridade e pobreza remediada do que a queda do Lehman Brothers e dos seus parentes pode causar."
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