terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mãe

Uma mãe não é só a árvore de onde brota a seiva. Não é só a luz que teima em brilhar no fundo da escuridão. Não é só o amor/combate, o amor que nunca chega tarde, o amor tantas vezes desperdiçado, tantas vezes deste reino e, por isso, de outro mundo, tantas vezes vagueando pelas áleas pejadas de folhas outonais e sorrindo pelos prados primaveris, tantas vezes estendido como um lençol tão grande que a nossa alma nunca irá abarcar, tantas vezes uma rendição incondicional sem vencedores nem vencidos. Uma mãe é a única lição conhecida, o discreto esplendor da delicadeza,  o farol que guia e mesmo apagado não descansa, o poema que uma vida não basta para escrever. E todas as lágrimas não chegam para lembrar.


Nota: caros amigos e leitores, devido ao falecimento da minha mãe, este blogue ficará suspenso por algum tempo. Obrigado pela compreensão.

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