quinta-feira, 27 de abril de 2006

a Andrei Tarkovski
na rota da luz


depressa se arrasta o corpo
até à luz, enquanto se pintam
na estepe os últimos ícones

depressa os dedos alcançam
a margem, enquanto
os barcos inventam outros barcos

é só o tempo de escutar
como as sombras se esvaziam
e te atravessam os lábios
os mais claros objectos
as mais fugazes cintilações.

in "Labirintos"

1 comentário: